domingo, 24 de maio de 2009

Existe livre arbítrio?

ar.bí.trio: s. m. 1. Resolução que depende só da vontade. 2. Julgamento de árbitros. 3. Opinião, voto. 4. Expediente, alvitre.

Nas relações pessoais, profissionais e intelectuais escolhemos sempre aquilo que realmente queremos? Para tudo temos que respeitar certas regras, certos limites e para isso, temos que escolher. Sempre escolher, e como disse Cecília Meireles, "ou isto ou aquilo". Se quisermos o isto, não teremos aquilo. E claro, se o isto nos causar mais benefícios e for mais tangível, claro que ele será o escolhido.
Poucos escolhem a adversidade. E sem querer, fui umas dessas pessoas. Algumas vezes foi por espontânea vontade, outras por ironia do destino. Minha mãe sempre quis que eu fosse pediatra, minha tia queria que eu fosse engenheira e eu curso Letras. Queria que meu primeiro beijo fosse na beira da praia com o garoto mais lindo do mundo e foi enquanto eu assistia televisão e o garoto não era tão parecido com o princípe que eu havia idelizado. Queria gostar de matemática, mas amo a língua brasileira.
Certa vez, minha prima me disse: "Fazemos o que gostamos por hobby, o que não gostamos fazemos por dinheiro". Sim, posso até concordar em certo ponto, mas e quanto à liberdade de escolha? Escolhi Letras não por ser mais fácil do que Medicina ou Engenharia, e sim porque era o que eu realmente queria. E assim deveria ser com tudo o que fazemos e sentimos, não é mesmo? Hoje em dia - e talvez tenha sido sempre assim - o que confirma a paixão é a marca do carro ou a sua situação financeira. Poucos são aqueles que se deixam levar por aquele mágico frio na barriga ou borboletas no estômago.
Posso parecer uma tola sonhadora e de fato, sou até sonhadora, mas não tola. Tolos são aqueles que fazem o que não gostam por dinheiro e acabam infelizes. Tolos são aqueles que deixaram de sonhar, de acreditar, de amar, de viver. Eu vivo, eu amo, eu acredito, eu sonho. E é por isto que eu escrevo: para me libertar! Apenas as palavras conseguem expressar o que eu penso, o que eu desejo. E o que eu desejo neste momento é LI-BER-DA-DE!

Devaneio

Vivemos em um mundo capitalista! Sei disso, sabemos disso! Hoje navegando pelo site azul, fui atualizar minha amiguinha virtual. Nesse momento percebi que cada ação que eu praticasse, eram necessárias uma, duas, três moedas de ouro. Foi então que vi que fui procurar saber o que deveria fazer para ganhar mais ouro. Poderia ser trabalhar, talvez. E com isso, o BuddyPoke se tornaria um daqueles joguinhos clássicos do Gamezer, por exemplo. Mas não! Eu me enganei! É preciso COMPRAR as moedinhas! Comprar com o nosso dinheirinho de verdade. Algo que era só para diversão, serve para encher o bolso de alguém muito, muito, muito rico! 200 moedas para pokear um amigo, custam 25 reais. Imagino quantas criaturas irão preferir pagar para dar um abraço de urso via poke do que abraçar o "amigo" pessoalmente. Incrível a que ponto chegou a ambição do ser humano. Até os pobres coitados dos bonequinhos-robôs são comerciados, assim como as pessoas.
Minha indignação não é por causa de uma "vida" virtual. Tudo o que temos é reflexo daquilo que somos. Vemos todos os dias, pessoas que matam por dinheiro, que sequestram por dinheiro, que dão a vida por dinheiro. Que mundo é esse? Esse não é o mundo que quero deixar para meus filhos. Se hoje está assim, me pergunto como estará daqui a 50, 70 anos. Isto é, se ele ainda existir, claro.
O que ainda resta aos poucos que acreditam em um milagre é sonhar. Sonhar com um mundo melhor, com uma vida melhor mesmo que digam que não vale a pena, mesmo que digam que tudo não passa de uma ilusão. Eu tenho orgulho de dizer que acredito, que sonho, que tenho fé. E você, de qual lado está? Dos sonhadores ou dos "realistas"?
PS: Aos meus leitores queridos e adorados, prometo que em breve escreverei algo que preste!